16. Jorge Sampaio e os Portugueses que na África do Sul vão morrendo
Esta semana foram assassinados três portugueses no país
Criminalidade na África do Sul: presidente do Forum Português acusa Sampaio de desinteresse
Público online – 26 Março 2005
O facto de o Presidente da República não mostrar interesse pelo que possa acontecer aos portugueses emigrados na África do Sul não é circunstância muito relevante. Por várias razões, a saber:
1. – Os emigrantes portugueses da África do Sul estão lá longe…;
2. – São, pela Esquerda portuguesa, considerados cidadãos portugueses menores, por não contribuírem para os interesses eleitorais da mesma Esquerda, uma vez que serão "fascistas";
3. – Logo, o presidente dessa mesma Esquerda – porque nunca foi capaz ou quis ser o de todos os portugueses – alinhando pelas teses da sua família política, não pode, em coerência, dar atenção a tais cidadãos;
4. – Por outro lado, o presidente de metade e mais meia dúzia dos portugueses tem andado muito ocupado com affaires muito mais importantes, como descobrir prioridades várias para o País, todos os dias – sendo que as de hoje sobrelevam as de ontem e as de amanhã as de hoje, and so on… – que essa coisa de perder uma hora com os concidadãos radicados no Sul de África e que se deixam matar, como tordos.
Há mais razões, mas deixemos aqui, agora, apenas mais esta:
Portugal já foi um país grande. De alma. A determinada altura, lá pelo século XV, chegou à conclusão que 89.000 kms2 e um milhão de pessoas era coisa pouca para administrar; havia, pois, que procurar outras paragens, onde os seus dotes de administração fossem postos à prova.
Mal ou bem, com mais sucesso ou menos sucesso, durante alguns séculos, lá se andou a administrar outras paragens longínquas e outras gentes diversas. Até que um dia a coisa acabou, porque tudo tem que acabar. Não acabou como devia, mas isso já são outras histórias de que não se cuida de saber aqui.
O que aqui se cuida de saber é que, tendo acabado essas administrações, Portugal regressou ao território original e às originais gentes, passando, então, a administrá-los a eles somente. Mas logo se viu que não estava à altura da situação e a administração caiu no descalabro. De tal modo que, agora, para sermos administrados, necessitamos que venha a UE e, principalmente, um de seus membros, mais precisamente a Espanha, para o fazer. E assim é que, no dia em que a Espanha nos abandone e a UE nos desampare, aí vamos nós por Alcântara abaixo… Mal-cheirosos, claro!
Ora, assim sendo, como todos sabemos que é, embora andemos a disfarçar o mais que podemos, como é que poderá alguém ter a veleidade de supor que qualquer de nós, qualquer das nossas ditas autoridades, presidente da república incluído, se preocupe com o que se passa a 10.000km de distância? Se não nos valemos cá, por que raio de absurdo é que se pretenderá que sejamos capazes de valer aos nossos concidadãos tão longe?
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Criminalidade na África do Sul: presidente do Forum Português acusa Sampaio de desinteresse
Público online – 26 Março 2005
O facto de o Presidente da República não mostrar interesse pelo que possa acontecer aos portugueses emigrados na África do Sul não é circunstância muito relevante. Por várias razões, a saber:
1. – Os emigrantes portugueses da África do Sul estão lá longe…;
2. – São, pela Esquerda portuguesa, considerados cidadãos portugueses menores, por não contribuírem para os interesses eleitorais da mesma Esquerda, uma vez que serão "fascistas";
3. – Logo, o presidente dessa mesma Esquerda – porque nunca foi capaz ou quis ser o de todos os portugueses – alinhando pelas teses da sua família política, não pode, em coerência, dar atenção a tais cidadãos;
4. – Por outro lado, o presidente de metade e mais meia dúzia dos portugueses tem andado muito ocupado com affaires muito mais importantes, como descobrir prioridades várias para o País, todos os dias – sendo que as de hoje sobrelevam as de ontem e as de amanhã as de hoje, and so on… – que essa coisa de perder uma hora com os concidadãos radicados no Sul de África e que se deixam matar, como tordos.
Há mais razões, mas deixemos aqui, agora, apenas mais esta:
Portugal já foi um país grande. De alma. A determinada altura, lá pelo século XV, chegou à conclusão que 89.000 kms2 e um milhão de pessoas era coisa pouca para administrar; havia, pois, que procurar outras paragens, onde os seus dotes de administração fossem postos à prova.
Mal ou bem, com mais sucesso ou menos sucesso, durante alguns séculos, lá se andou a administrar outras paragens longínquas e outras gentes diversas. Até que um dia a coisa acabou, porque tudo tem que acabar. Não acabou como devia, mas isso já são outras histórias de que não se cuida de saber aqui.
O que aqui se cuida de saber é que, tendo acabado essas administrações, Portugal regressou ao território original e às originais gentes, passando, então, a administrá-los a eles somente. Mas logo se viu que não estava à altura da situação e a administração caiu no descalabro. De tal modo que, agora, para sermos administrados, necessitamos que venha a UE e, principalmente, um de seus membros, mais precisamente a Espanha, para o fazer. E assim é que, no dia em que a Espanha nos abandone e a UE nos desampare, aí vamos nós por Alcântara abaixo… Mal-cheirosos, claro!
Ora, assim sendo, como todos sabemos que é, embora andemos a disfarçar o mais que podemos, como é que poderá alguém ter a veleidade de supor que qualquer de nós, qualquer das nossas ditas autoridades, presidente da república incluído, se preocupe com o que se passa a 10.000km de distância? Se não nos valemos cá, por que raio de absurdo é que se pretenderá que sejamos capazes de valer aos nossos concidadãos tão longe?
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